I
O respeito inicial e depois continuado apreciei
E a educação idem aspas observei
As perguntas e respostas que o papel impunha
Não eram bem aquelas que o momento queria como cunha
Mas ambos seguimos o que…
…as letras ditavam
…os olhares somavam
…e as despedidas se aproximavam
Depois foi-nos permitido vermo-nos outra vez
E os minutos insistiam na sua escassez
Querendo eu prolongar o imparável relógio
Que move o mundo
Qual universo belo e profundo…?
II
E as tardes da semana foram todas elas diferentes
As árvores da avenida estavam também elas contentes
Reflectindo o brilho da pessoa a caminhar
Deixando para trás outra a se encantar
E isso ficará para a história
Nas gavetas bonitas da memória
O não querer que chegasse a despedida
Mas ao mesmo tempo fiquei um pouco retraída.
III
A comunicação não parou de fluir
Com liberdade e consciência a insistir
Ainda bem que assim foi acontecendo
Palavras nossas que lembro e vou relendo
No patentear da encruzilhada dos caminhos…
…Mozart decidiu estar presente
…Nenhuma aura se disse ausente
…Clamor esse tão mais eloquente
Chegou a hora e se concretizou
Esse segundo não mais esperou
O segundo segundo se seguiu
Silencioso o minuto se definiu
O momento foi passando nas horas fugidias
Levando o que nos traz o senhor tal
Que se apelida de Tempo
Tão importante… tão banal…
Tão imponente… tão real…
IV
Muitas coisas faltam salientar
Mas o papel está a findar
A maneira magistral como fui tratada
E até a vela foi chama(da)
Trajei-me de invencível calma
E lembro-me de bem perto ver a alma
Apercebi-me de um flash de Luz que me tocou
Foi o silêncio a falar e que deste sonho me acordou...